Quando é que podemos dizer realmente que deixamos toda a
gente orgulhosa? Orgulhosa de nós, do que somos, do que fazemos, do que
fizemos, sabemos, construímos, do que nos tornamos, quando? É uma pergunta que
tem estado na minha cabeça há já algum tempo.
A mim, parece-me que, claramente, não podemos agradar a toda
a gente. Mas isso já era sabido. Os que nos são próximos prezam coisas
diferentes, sejam objectivos mais profissionais, outros mais lúdicos,
desportivos, o que seja! Pessoalmente, prezo imensamente a educação não-formal
e, diga-se de passagem, já ganhei muito com muitas acções de educação não-formal
a que participei!
Sou um sortudo que já esteve em dois intercâmbios, sendo um
deles na Eslováquia e outro cá em Portugal do qual fui monitor e organizador.
Sou um sortudo que já participou em inúmeros encontros de associações juvenis,
partilhando conhecimentos, sinergias, esforços, dedicação. Sou um sortudo que
já participou em mais formações do que aquelas que se consegue lembrar. Sou um
sortudo que já foi voluntário na Cruz Vermelha. Um sortudo que trabalha desde
os 14 anos, procurando sempre ser o mais independente possível. Um sortudo que
sempre procurou saber mais do que o que às vezes conseguia. Um sortudo que
treinou uma equipa de futebol de Benjamins, formador de xadrez juvenil, que tem
o curso de árbitro de futsal, xadrez e de voleibol do desporto escolar. O
sortudo que tem oportunidade de poder criar agora raízes no voleibol, pois,
estou a dar agora os primeiros passos na “carreira” de treinador de formação.
Sortudo sou, por saber esculpir esferovite, por saber que materiais usar para o
pintar, para o cortar de forma adequada. Sortudo sou, por ter tido todas estas
oportunidades e muitas mais. Azarado sou, por nem toda a gente reconhecer a minha
sorte.
Sou o mesmo sortudo que está neste momento no 3º ano consecutivo
a tentar fazer Matemática A, no 12º ano. Esquisito não é? Nunca foi fácil! Mas
eu sempre o tornei mais difícil. É revoltante, para mim principalmente.
Frustrante! O ano passado foi “por uma unha negra” que não fiz a disciplina. A
vida é assim, prega-nos estas “rasteiras”. Faz-nos recuar hoje 2 passos para
amanhã podermos avançar 4 ou 5. Assim espero eu, pelo menos.
A verdade é que com esta história da Matemática,
aparentemente, tenho cada vez deixado mais desiludida uma pessoa que é das mais
importantes das minha vida, se não mesmo a mais importante. A minha demora em
fazer a disciplina, causa-lhe imensa revolta. Como eu a compreendo. Ninguém
está mais revoltado que eu, só quero se perceba isso! A frustração que me
invadiu, foi a maior que alguma vez senti! Que se dane o Benfica perder o
campeonato no Dragão, a final da Liga Europa ou o meu joelho sem remédio, o meu
futuro sempre foi mais importante para mim também! Que se dê valor a tudo o que
já alcancei, todas estas coisas que sei que não são poucas, e todas as outras
que não referenciei!
Sou um sortudo que tem tido azar. Um azarado, que no meio do
azar tem alguma sorte! Sortudo por ter muito conhecimento nas mais diversas
áreas, azarado por não ter o apoio que precisa nas horas mais difíceis das
pessoas que, supostamente, deveriam ser as primeiras a oferecê-lo. Nada que me
faça desistir. Algum dia irei provar que para mim também é possível e que
poderei ter o meu momento de brilho.
Quero apenas acreditar que ele está para vir. Acredito mais
hoje que ontem, pois, ontem não sabia o que sei hoje! Ontem não tinha quem
tenho hoje e hoje, sou melhor que ontem. Obrigado por tudo, vida! Por tudo e
todos que puseste à frente deste sortudo. Relembro-te: serei mais teimoso do
que tu, sempre! Haverei de te deixar orgulhosa a ti também, a ti como a quem mais
interessa, nem que seja pela coisa mais pequena. "A vontade
pode e deve ser um motivo de orgulho superior ao talento."
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