Como amante incondicional de desporto, como praticante, como
homem comum, não poderia deixar passar o tema das explosões na maratona de
Boston ao lado. A minha opinião sobre isto é simples: é repugnante, é injusto, é
cobarde, é sinal de fraqueza! Faltam-me adjectivos para classificar tal acto.
Não consigo deixar de pensar no sucedido sem me vir à cabeça
uma palavra: Terrorismo. Simplesmente, na minha óptica, foi o que se observou
no passado dia 15: puro Terrorismo. Os terroristas, organizações terroristas, o
que lhes quiserem chamar, obtêm poder semeando o medo, ceifando vidas. É em
torno disto que estes actos giram, em torno do medo. Após isto, acho que não
consigo imaginar quantas pessoas não estão com receio de se inscreverem em
eventos de maiores dimensões, quantos atletas não têm medo de correr na próxima
maratona de Londres que se realiza no próximo dia 21 deste mês? Não é à toa que
as autoridades aumentaram em 40% o policiamento…
Uma das histórias que mais me marcou foi a da família de
Martin Richard. Martin que foi abraçar o seu pai quando este cruzou a meta e
que depois voltou para junto da mãe e da irmã. O mesmo Martin que morreu numa
das explosões. Martin, irmão de uma menina que está no hospital com uma perna
amputada pela explosão e que tem a mãe em estado crítico numa cama de hospital.
Martin, o rapaz que abraçou o pai antes de morrer…
Nos breves segundos em que após dar parágrafo olhei para o
horizonte, não consegui imaginar a dor desta família, a dor deste pai que
ficará para sempre com um sentimento de culpa por não ter conseguido proteger o
seu filho. Que sonhará durante muitos anos com o abraço que o seu pequeno lhe
deu. Que, provavelmente, até se culpará por se ter inscrito na maratona e que,
por consequência, a sua família que o foi apoiar ficou marcada para sempre… E
esta é apenas a minha visão de uma história, de uma família que ficou marcada
por este atentado. Com certeza existirão muitas mais por contar.
Aquando do 11 de Setembro de 2001, eu tinha apenas 8 anos.
Era uma criança e não percebia o que se estava a passar no outro lado do Atlântico.
Hoje olho para as imagens, ouço os relatos e leio notícias sobre o que se
sucedeu em Boston e apenas posso tentar imaginar o horror que terá sido em Nova
Iorque. Deveras o ser humano é fantástico, somos capazes de fazer praticamente
tudo, de construir coisas espectaculares. Tenho pena que, por qualquer que seja
a razão, se use todo o conhecimento, toda a inteligência, toda a nossa
capacidade, a maioria das vezes para fazer o mal e não para evoluir como
pessoas mas sim para espalhar o medo, para maltratar, para tirar vidas ao
máximo de pessoas possíveis.
Afinal, quem somos nós? Que queremos nós desta vida? E que
se pode esperar da mesma? Como é que se pode andar descansado e tentar ser
feliz quando tememos sair à rua e terminar apenas com uma lápide num campo
verdejante com o nosso nome lá escrito? É claro que o nosso país não sofre com
problemas deste género, pelo menos para já! Mas podia ser eu, podia ser alguém
da minha família, podia ser um amigo de férias em Boston que aproveitou o
evento para tirar umas boas fotografias e que acabaria desta forma.
Sei que as minhas palavras nada irão mudar, que serão “insignificantes”
face a tamanho problema, mas também, que outra solução temos? Serj Tankian uma
vez disse que no início lutamos em nome da religião, depois Comunismo e agora
em nome das drogas e do terrorismo. Não poderia concordar mais, pois se país A,
B ou C está a ocupar X, Y ou Z área de outro país e (com toda a razão) os
habitantes não gostam, responde-se com terrorismo? Deita-se mais lenha para a
fogueira? Mais valia então
atirar gasolina! “Não podemos evitar guerra na vida, não podemos evitar
o medo do terrorismo, não podemos evitar estas coisas, elas fazem parte do
comportamento quotidiano.” Tenho pena que assim seja…
A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências, por mas úteis que muitos deles se possam revelar. É uma busca da verdade, do bem e da beleza. É precisamente para tal fim que fazemos as nossas opções, exercemos a nossa liberdade e nisso mesmo, isto é, na verdade, no bem e na beleza, encontramos felicidade e alegria. Quando há casas tão nefandos como abordas falta a alegria e motivação ara a busca de VERDADE. Quando assim é, o Homem pode tornar-se num monstro.
ResponderEliminarParabéns Rui, continua