terça-feira, 12 de janeiro de 2016

              Desculpa. Desculpa desde já porque um dia não me vou lembrar do dia em que começamos a namorar. Não sou bom com datas e isso vai sempre perseguir-me, faz parte de mim. Daquele lado da minha pessoa que tem piada por ser desajeitado. Não me vou esquecer da forma que gostas de colocar o cobertor sobre ti quando te deitas no sofá e, ainda, não sei como saboreias o teu sono mas sei que não me vou esquecer disso também.
                Da mesma forma que não me vou esquecer que te babas enquanto dormes, que viras a almofada ao contrário, que preferes dormir de barriga para baixo. Não me vou esquecer de como completar as tuas frases de sempre, mas, desculpa. Desculpa porque sei o quanto fixas a nossa data e lhe dás valor e, eu também dou! Acredita que sim, mas odeio datas. Não me esquecerei do teu aniversário ou do dia em que te vi pela primeira vez por acaso. Nunca me esquecerei das músicas irritantes que decoras por não te saírem da cabeça e, que proferidas por ti, parece que deixam de ser tão irritantes. Sei lá, talvez por o fazeres sempre com um sorriso na cara e isso, de certa forma, camuflar essas tais coisas irritantes.
                O teu sorriso... Talvez a segunda coisa mais difícil de definir em ti. Difícil pela forma como transbordas felicidade a olhar para mim. O teu olhar... Cheio de brilho, transparente e forte. Brilho esse que zelarei por manter, que lutarei para que permaneça. Tão parecidos que somos em tantas situações, tão diferentes noutras tantas. Tão unidos que somos e focados no nosso futuro, nem noção dele temos, mas, de tanta cegueira por tamanha crença em nós, vamos lutar por isso. Sem saber as consequências e, de certa forma, sem querer saber delas, a promessa de lutar sempre está e será mantida.
                As saudades que vou ter quando não estiveres por perto e o orgulho de te ver vencer os objetivos, serão de tamanha proporção que no fim quando te voltar a ver só saberei sorrir, estarei sem palavras para exprimir, porque estar contigo é isso mesmo: ficar sem palavras, boquiaberto. Pela aura que emanas de ti que, me faz querer abraçar-te de tal forma que até as tuas células da medula óssea se sintam acolhidas por todo o carinho e proteção que terei para te dar. Que o meu abraço seja sempre o teu ponto mais seguro. Que recorras a mim para procurar amor mas, também para procurar conselhos sobre a amizade com a colega que não está tão bem como já esteve. Que deposites em mim total confiança. Que te mantenhas apaixonada dessa forma que estás. Certamente nunca me esquecerei disso.
                Desculpa. Vou-me esquecer da nossa data mas, com certeza nunca me esquecerei do teu cheiro, da tua forma de viver e, por muito tempo e vivências que passem, nunca me esquecerei de ti. Ainda que o tempo e a vida se esqueçam de mostrar mais um degrau e eu te perca ao tropeçar, promete-me que não te vais esquecer que eu nunca me esqueci de todos os teus pormenores lindos que, nunca te esqueças que te amarei tão intensamente ao ponto de ficar sem palavras para o exprimir. Não te esqueças destas palavras .

                Desculpa mas, eu não vou saber deixar de lutar por ti. Que o que aí vem te faça ver que sempre te amarei, de certeza que farei por isso. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

27/02 - 23:57h

Não estou inspirado mas apetece-me escrever. E nem sei bem porquê. Talvez seja pela necessidade que tenho de compreender o que se passa comigo. Sim, os tempos não são fáceis... Tenho vivido atormentado por medo, confusão, indecisão, ansiedade... Tudo e nada me perturba... Num lugar estou bem e noutro tudo corre mal! "É tudo na tua cabeça Rui", tento dizer eu a mim próprio mas, parece não funcionar.

É tudo muito estranho para mim, nunca estive assim, nunca fui assim. Sempre fui confiante, resistente, resiliente e persistente. A pessoa de outrora de atitude dominante, inteligente e ágil, foi substituída por alguém que não conheço. O que mais me irrita é não saber o que causa este estado de "depressão" que me encontro. Só queria perceber isto tudo! Sinto-me distante e desligado da verdadeira pessoa que sou. Se calhar até sei porque é que estou assim. Se calhar foi por ter entregue de mais de mim e agora esteja em recuperação , se calhar esgotei as forças, esgotei a determinação e a vontade de querer mais.

Sempre quis mais! Sempre quis melhor, sempre fui inteligente o suficiente para não me conformar com as coisas banais e querer sempre perceber o porquê das coisas. Agora conformo-me com o que me é dito e sem grande discussão aceito o que me é pedido e dado. Não discuto, não discordo, não me conheço. Há coisas que permanecem. Coisas como não conviver com pessoas que demonstram nas primeiras 5 palavras que exprimem que não merecem atenção, tamanha é a estupidez e a banalidade que dali sai. O facto de não me deixar levar pelas "mentiras do mundo" como o resto das pessoas deixa-me triste. Toda a gente parece tão feliz com as "Casas dos Segredos" e o "Factor X" e com o rapaz que escreve músicas da avó, do pai, da mãe... Não compreendo. Acho que isto de planear a minha vida 4 ou 5 movimentos à frente sempre foi um problema. Por um lado! Por outro nem por isso. Que posso dizer? O xadrez ensinou-me a pensar por mim e pelos outros, a prever 4 ou 5 movimentos a frente os meus passos e dos outros. Engraçado, ainda assim sou sempre deitado abaixo pelos outros. Mas isso não acontecia em frente ao tabuleiro. É isso! Se desse para colocar 32 peças e 64 casas numa mesa e jogasse a minha vida assim? Bem, ao menos em frente a um tabuleiro eu não era tão ingénuo... Acho que sou estúpido por querer não me conformar. Faço-me entender? Se calhar não, novamente...

Penso que seria mais inteligente se não pensasse nisso, se quisesse esquecer. Mas se quiser esquecer de uma coisa não me estou a lembrar automaticamente dela? É um bocado contraditório! Só sei que ando sem vontade de nada. Quer dizer, tenho vontade de me entregar ao vento e deixar que me leve... Só acho que o vento não me leva para lugares "bons". Digo "bons" porque é o que a sociedade precisa, de pessoas que vão a "bons" lugares, que nasçam "bons" engenheiros, "bons" médicos, "bons" padeiros, pasteleiros, carpinteiros, trolhas, calceteiros... Por isso, vento, a nossa viagem fica dividida em vários estágios, de curtas durações. Levas-me hoje aqui e depois ali, em passos pequenos, deixas-me voar e imaginar algo diferente, mas nos entretantos, vou tentar seguir o que sempre quis... Apesar de tudo está cá gravado, estão marcadas todas as pessoas, estão traçados todos os objectivos.

Acho que todos passamos por certas fases em que julgamos nada saber. No fundo a resposta está sempre connosco. Resta-nos esperar ou pegar na tralha e cavar a resposta da imensa cave que a nossa mente tem. De qualquer das formas, seja tarde ou cedo, rápido ou devagar, a resposta está sempre connosco, assim como as verdadeiras pessoas...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

19/11

Desenganem-se aqueles que pensam que o sucesso cai do céu. Não cai! No fim do dia, sucesso é o que todos queremos. Todos queremos ser grandes, todos queremos ser melhores, todos queremos deixar marca na história, na vida das pessoas, todos queremos significar algo, que o que alcançamos seja reconhecido.

Está tudo bem com isto! Não tem mal nenhum! A questão é como chegar a isso. A questão é que nada se faz sem esforço! Nada se consegue sem suor, sem lágrimas, sem pestanas queimadas e pernas esfoladas. Seja em que ramo for, nada se faz sem dificuldade! Vamos ser claros: nada disto é fácil! É difícil perder. É difícil encarar uma cara de alguém desiludido connosco, ou desiludirmo-nos a nós próprios. É difícil lutar e lutar e não ver resultados palpáveis, não ver vitórias… É frustrante, deveras. O que vos escrevo aqui hoje não vem com palavras bonitas ou elogios.

Vocês todos vão cair, vão ser pisados. Todos vão ter fases em que nada vai fazer sentido e em que a “vida é uma bosta” e o mais fácil será desistir. Cabe-vos a vocês não o fazer. De cada vez que caírem, levantem-se de novo! Encher o peito de ar e dar o corpo de novo às bolas, esfolar os joelhos e limpar o chão com o corpo se for preciso. Festejar com a equipa. Porque todos queremos sucesso e esse mesmo aparecerá, mas apenas quando percebermos o que queremos, quando queremos e o mais importante: que nunca vamos conseguir sozinhos! É assim que se cresce! Tanto como empresários, informáticos, jogadores, o que quiserem. Crescemos a cada passo, a cada vitória, a cada ponto, a cada erro…

Quando se aperceberem disto tudo, terão dado o primeiro passo, o mais difícil. Sucesso não é ser o melhor do mundo em tudo. Sucesso pode ser o facto de se tornarem tão especiais para alguém, ser para alguém um exemplo a seguir, um modelo. Isso sim, a meu ver, é um dos maiores sucessos. Se os vossos valores forem reconhecidos de tal forma que alguém já os pretende adoptar, então, já são a pessoa com o maior sucesso no mundo! E devem sentir orgulho nisso! Devem perceber que, o que fizeram até aí, que o que sofreram, que o que passaram, por mais duro que tivesse sido, que o que vos tiraram, por mais importante que fosse na vossa vida, já valeu a pena!

Provem a vós próprios que podem ser os melhores, para alguém ou para o mundo inteiro. As vitórias grandes começam com pequenas conquistas, passo a passo, agarrem-se a essas conquistas como se agarram às grandes vitórias que almejam  e aí sim, serão os melhores!


Desenganem-se aqueles que pensam que não sou bem sucedido. O meu primeiro passo está dado e até já tive o bónus de poder ser o ídolo, o modelo a seguir de alguém. A jornada acaba de se tornar mais fácil e eu não podia estar mais orgulhoso!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

8/11 2:32h

O problema é que as horas vão passando. Será tarde, será cedo? Quando será que vou voltar a ter sossego? E mesmo que o sossego volte, e depois? Que farei eu? Que definição terei novamente? Nenhuma talvez. O mais provável, é voltar a encontrar algo mais agonizante ainda, que me tire o sono, como hoje.

Porque o relógio não pára, não descansa, o tempo avança e o que outrora foi uma abundância de esperança, rapidamente se tornou numa vazio solitário, num passeio frio, numa calçada de granito em que tenho de andar descalço, sentir os pedaços de vidro partidos das garrafas de cerveja, a pastilha fresca abandonada pela criança que passou ali há umas horas atrás. Tenho de sentir as feridas a abrir, os pés a calejar, a pele a engrossar e a dor a, finalmente, passar.

Tudo isto, para depois acordar. Encontrar algo novo e voltar ao mesmo, ao mesmo ciclo, à mesma espiral escrita antes, à mesma calçada fria, húmida, dolorosa. Tudo isto para voltar. Voltar a ter esperança de ser outra vez criança ou, ainda que não possa vir a ser, sonhar! Sonhar que tudo irá melhorar, que a dor vai cessar, que o chão não será frio, ou que terei algo para calçar. Sonhar que a presença esteja presente. Que esteja presente e que fique, de uma vez. Que não se devaneie ou se esqueça das promessas, que a presença se mantenha presente, pois, se um dia a deixei pisar a minha calçada, foi porque precisei dela.


Que a presença veja que, tal como estas letras, sou confuso. Caminho estradas estranhas e que sou difícil de quebrar como um parafuso. Mas que, a presença também entenda, que se teve a oportunidade de conhecer a minha calçada, ainda que por mais húmida, fria e dolorosa que ela seja, então, também poderá ter tudo o que tenho, tudo o que ela me ensinou, tudo o que já fui. Poderá ter-me a mim, seja pela primeira vez, ou novamente. A minha calçada não é bonita, pois, ainda ninguém se decidiu a pintá-la.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Se por acaso...

Se, por acaso, um dia destes reparares que te queres tornar numa ave e sair a voar, repara que atrás de ti vou voar.

Se, um dia destes, quiseres tornar-te numa folha e sentir o vento percorrer-te, conseguirás reparar que sou o pequeno caule que te mantém segura na árvore.

Se, por acaso, num destes dias quiseres ser criança de novo e brincar sem preocupações, repara que sou o baloiço que te coloca esse sorriso na cara.

Se quiseres um companheiro, que esteja contigo em tudo, lembra-te que estamos juntos há 5 meses.

Se, por acaso, acordares e eu estiver a teu lado, sorri! O pequeno almoço vai estar servido e um ótimo dia estará a começar.

Se, por acaso, quiseres continuar a ser minha, então eu não partirei para parte alguma.

Se sentires a minha falta, lembra-te que onde quer que esteja, também estarei a sentir a tua.

Se, por acaso, eu disser que te amo, verei o teu sorriso, sentirei o teu abraço e poderei sentir o sabor dos teus lábios? Sim? Então aproxima o teu ouvido: "Amo-te!"

terça-feira, 25 de junho de 2013

Uma paixão diferente...

Cheguei a casa. Entrego o saco ao canto da cozinha e vou lavar as mãos como sempre, ainda meio ofegante. Espasmo no joelho, nada de mais, foi o esforço. A sensação é boa! Olho o relógio enquanto tiro os auscultadores dos ouvidos. 23:11h, chegar a tarde e a más horas, de novo. Não faz mal!

Enquanto procuro pelo frigorífico algo que se cozinhe, toco na ferida que tenho na anca, contraída hoje. “Ainda tenho de desinfetar isto melhor”, penso eu, tirando uma caixa de ovos. Hoje é quinta-feira, no fim-de-semana há jogo mas não estou preocupado. Hoje esfolei-me (literalmente) para ser titular. E se não for? Pois, o problema é esse! Espero que o meu trabalho compense, como tem compensado. Afinal de contas, dei o meu máximo, ninguém me pode pedir mais! 

 Consegui melhorar a receção hoje, já não deixo fugir tanto a bola. Irritava-me imenso ter de dar um mini sprint depois do primeiro toque após um passe longo. Eram centésimos de segundo em que perdia a imprevisibilidade que me marcava. Sentei-me na mesa com o prato à frente e começo a comer. Depois de fazer o “holandês” aquele exercício que todos se queixam, mas que eu, como sendo dos elementos mais velhos, não me posso queixar o Nano veio à minha beira e disse-me: “Vamos lá Ruizinho, só mais uns sprints, ninguém te pára hoje!” Foi como 3lts de RedBull! Confiança no auge, vamos lá para a parte final do jogo, onde não se pode falhar: jogo! Hoje não passa nada, nem hoje nem nunca! Siga! 

Do outro lado está o rapaz mais rápido e mais imprevisível da equipa, não podia ter tido mais azar, ou sorte! É o nosso melhor extremo, mas quem melhor para me treinar?! Do meu lado está o capitão, tudo seguro com este! “Siga lá pessoal, fazer esta bosta direito para Domingo ganhar!”, gritei eu! Depois de 10 minutos lá veio o carrinho que tive de fazer para evitar um remate, pedras, areia e terra é o que não faltam na minha anca. Não pára! Segue sempre! Há uma equipa para proteger, um lugar a defender, pessoas que não merecem ser desapontas! Temos de querer isto, a vitória, a glória, a evolução, mais que eles, por isso a dor tem de ser posta de parte! 

Acaba o jogo, procuro água e passo na ferida! “C%(&$*-?!!! Isto arde!”, ao que se aproxima o meu treinador e diz: “Bom treino Ruizinho!”. Já posso descansar em paz hoje, deixei quem mais interessava satisfeito! Ligo a televisão e em pouco tempo adormeço. 

Domingo! Dia de jogo! Escorre-me o suor depois do aquecimento. O dia está quente, o ar seco e estamos a jogar em casa. Visto a camisola de jogo enquanto o “mister” diz o meu nome na lista de titulares. Já está! Nervosinho miúdo presente! Por mais jogos que se façam, ele está sempre presente! Vou e cumprimento o Nuno, “Vamos mano!”, responde-me ele e sorri! Subo as escadas do túnel e as pessoas lá fora batem palmas, os poucos resistentes que vêm ver a equipa local jogar. Por muito poucos que sejam, têm de ser sempre honrados! Acreditam em nós e não merecem uma derrota. Levamos na cabeça as palavras ditas no balneário. O jogo não é fácil mas juntos, unidos, iremos sempre conseguir! Apito inicial: adeus mundo! Estou no futebol agora e só quero saber da bola, do extremo adversário e que o marcador tenha um número mais alto para o nosso lado! Estamos intensos hoje, é assim que gosto, jogo rápido onde não me canso! Vamos a ganhar para o intervalo! “É continuar, ir para cima deles! A bola tem de ser nossa, dê por onde der! Nem que tenham de comer areia!” Disse-nos o mentor! “BORA LÁ!!!”, grito eu enquanto subimos as escadas ela segunda vez. O meu treinador passa por mim e diz que estou perfeito hoje, para continuar! As melhores palavras que podia ouvir foram ditas. Confiança, audácia, tudo no auge! Hoje é o meu dia! Abri de novo a ferida, quem se interessa? Não se sente nada! A paixão é maior, a dor é secundária! Todos os teus sentidos estão focados apenas naquilo e durante pouco mais de uma hora e meia, o teu mundo gira apenas em torno daquilo. Aquilo que amas! Acaba o jogo e podemos ir para casa com uma vitória, agradecemos aos adeptos e ouve-se: “Bom jogo Ramôa!”, é tudo que se pede! Reconhecimento de quem está contigo, a teu lado mas também de quem vê de fora! 

E isto é paixão! Paixão que não morre! Tenho pena de quem não pode sentir isto, de quem não sabe o que é isto. De quem não sabe o que é este compromisso, esta entrega, esta dor, este amor! Afinal que sabem eles o que é união, trabalho de equipa, sucesso, glória? Que sabem eles o que é orgulho? Orgulho em ti próprio, orgulho nos outros! Que sabem eles se ninguém se orgulha deles a este ponto? Que sabem sobre o que é uma equipa? Que sabem sobre quem sou, se nunca me viram jogar, se nunca viram que sou temperamental mas que não o mostro, que sou benevolente, que sou certo mas não agressivo… Que sabem eles da vida se nunca tiveram nada disto? A felicidade não consiste em fazer o que gostamos apenas. Mas sim gostarmos do que fazemos, da dedicação, do esforço, da dor…

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Orgulho, que é isso mesmo?

Quando é que podemos dizer realmente que deixamos toda a gente orgulhosa? Orgulhosa de nós, do que somos, do que fazemos, do que fizemos, sabemos, construímos, do que nos tornamos, quando? É uma pergunta que tem estado na minha cabeça há já algum tempo.


A mim, parece-me que, claramente, não podemos agradar a toda a gente. Mas isso já era sabido. Os que nos são próximos prezam coisas diferentes, sejam objectivos mais profissionais, outros mais lúdicos, desportivos, o que seja! Pessoalmente, prezo imensamente a educação não-formal e, diga-se de passagem, já ganhei muito com muitas acções de educação não-formal a que participei!


Sou um sortudo que já esteve em dois intercâmbios, sendo um deles na Eslováquia e outro cá em Portugal do qual fui monitor e organizador. Sou um sortudo que já participou em inúmeros encontros de associações juvenis, partilhando conhecimentos, sinergias, esforços, dedicação. Sou um sortudo que já participou em mais formações do que aquelas que se consegue lembrar. Sou um sortudo que já foi voluntário na Cruz Vermelha. Um sortudo que trabalha desde os 14 anos, procurando sempre ser o mais independente possível. Um sortudo que sempre procurou saber mais do que o que às vezes conseguia. Um sortudo que treinou uma equipa de futebol de Benjamins, formador de xadrez juvenil, que tem o curso de árbitro de futsal, xadrez e de voleibol do desporto escolar. O sortudo que tem oportunidade de poder criar agora raízes no voleibol, pois, estou a dar agora os primeiros passos na “carreira” de treinador de formação. Sortudo sou, por saber esculpir esferovite, por saber que materiais usar para o pintar, para o cortar de forma adequada. Sortudo sou, por ter tido todas estas oportunidades e muitas mais. Azarado sou, por nem toda a gente reconhecer a minha sorte.


Sou o mesmo sortudo que está neste momento no 3º ano consecutivo a tentar fazer Matemática A, no 12º ano. Esquisito não é? Nunca foi fácil! Mas eu sempre o tornei mais difícil. É revoltante, para mim principalmente. Frustrante! O ano passado foi “por uma unha negra” que não fiz a disciplina. A vida é assim, prega-nos estas “rasteiras”. Faz-nos recuar hoje 2 passos para amanhã podermos avançar 4 ou 5. Assim espero eu, pelo menos.


A verdade é que com esta história da Matemática, aparentemente, tenho cada vez deixado mais desiludida uma pessoa que é das mais importantes das minha vida, se não mesmo a mais importante. A minha demora em fazer a disciplina, causa-lhe imensa revolta. Como eu a compreendo. Ninguém está mais revoltado que eu, só quero se perceba isso! A frustração que me invadiu, foi a maior que alguma vez senti! Que se dane o Benfica perder o campeonato no Dragão, a final da Liga Europa ou o meu joelho sem remédio, o meu futuro sempre foi mais importante para mim também! Que se dê valor a tudo o que já alcancei, todas estas coisas que sei que não são poucas, e todas as outras que não referenciei!


Sou um sortudo que tem tido azar. Um azarado, que no meio do azar tem alguma sorte! Sortudo por ter muito conhecimento nas mais diversas áreas, azarado por não ter o apoio que precisa nas horas mais difíceis das pessoas que, supostamente, deveriam ser as primeiras a oferecê-lo. Nada que me faça desistir. Algum dia irei provar que para mim também é possível e que poderei ter o meu momento de brilho.



Quero apenas acreditar que ele está para vir. Acredito mais hoje que ontem, pois, ontem não sabia o que sei hoje! Ontem não tinha quem tenho hoje e hoje, sou melhor que ontem. Obrigado por tudo, vida! Por tudo e todos que puseste à frente deste sortudo. Relembro-te: serei mais teimoso do que tu, sempre! Haverei de te deixar orgulhosa a ti também, a ti como a quem mais interessa, nem que seja pela coisa mais pequena. "A vontade pode e deve ser um motivo de orgulho superior ao talento."

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A Semente do Medo


Como amante incondicional de desporto, como praticante, como homem comum, não poderia deixar passar o tema das explosões na maratona de Boston ao lado. A minha opinião sobre isto é simples: é repugnante, é injusto, é cobarde, é sinal de fraqueza! Faltam-me adjectivos para classificar tal acto.

Não consigo deixar de pensar no sucedido sem me vir à cabeça uma palavra: Terrorismo. Simplesmente, na minha óptica, foi o que se observou no passado dia 15: puro Terrorismo. Os terroristas, organizações terroristas, o que lhes quiserem chamar, obtêm poder semeando o medo, ceifando vidas. É em torno disto que estes actos giram, em torno do medo. Após isto, acho que não consigo imaginar quantas pessoas não estão com receio de se inscreverem em eventos de maiores dimensões, quantos atletas não têm medo de correr na próxima maratona de Londres que se realiza no próximo dia 21 deste mês? Não é à toa que as autoridades aumentaram em 40% o policiamento…

Uma das histórias que mais me marcou foi a da família de Martin Richard. Martin que foi abraçar o seu pai quando este cruzou a meta e que depois voltou para junto da mãe e da irmã. O mesmo Martin que morreu numa das explosões. Martin, irmão de uma menina que está no hospital com uma perna amputada pela explosão e que tem a mãe em estado crítico numa cama de hospital. Martin, o rapaz que abraçou o pai antes de morrer…

Nos breves segundos em que após dar parágrafo olhei para o horizonte, não consegui imaginar a dor desta família, a dor deste pai que ficará para sempre com um sentimento de culpa por não ter conseguido proteger o seu filho. Que sonhará durante muitos anos com o abraço que o seu pequeno lhe deu. Que, provavelmente, até se culpará por se ter inscrito na maratona e que, por consequência, a sua família que o foi apoiar ficou marcada para sempre… E esta é apenas a minha visão de uma história, de uma família que ficou marcada por este atentado. Com certeza existirão muitas mais por contar.

Aquando do 11 de Setembro de 2001, eu tinha apenas 8 anos. Era uma criança e não percebia o que se estava a passar no outro lado do Atlântico. Hoje olho para as imagens, ouço os relatos e leio notícias sobre o que se sucedeu em Boston e apenas posso tentar imaginar o horror que terá sido em Nova Iorque. Deveras o ser humano é fantástico, somos capazes de fazer praticamente tudo, de construir coisas espectaculares. Tenho pena que, por qualquer que seja a razão, se use todo o conhecimento, toda a inteligência, toda a nossa capacidade, a maioria das vezes para fazer o mal e não para evoluir como pessoas mas sim para espalhar o medo, para maltratar, para tirar vidas ao máximo de pessoas possíveis.

Afinal, quem somos nós? Que queremos nós desta vida? E que se pode esperar da mesma? Como é que se pode andar descansado e tentar ser feliz quando tememos sair à rua e terminar apenas com uma lápide num campo verdejante com o nosso nome lá escrito? É claro que o nosso país não sofre com problemas deste género, pelo menos para já! Mas podia ser eu, podia ser alguém da minha família, podia ser um amigo de férias em Boston que aproveitou o evento para tirar umas boas fotografias e que acabaria desta forma.

Sei que as minhas palavras nada irão mudar, que serão “insignificantes” face a tamanho problema, mas também, que outra solução temos? Serj Tankian uma vez disse que no início lutamos em nome da religião, depois Comunismo e agora em nome das drogas e do terrorismo. Não poderia concordar mais, pois se país A, B ou C está a ocupar X, Y ou Z área de outro país e (com toda a razão) os habitantes não gostam, responde-se com terrorismo? Deita-se mais lenha para a fogueira? Mais valia então atirar gasolina! “Não podemos evitar guerra na vida, não podemos evitar o medo do terrorismo, não podemos evitar estas coisas, elas fazem parte do comportamento quotidiano.” Tenho pena que assim seja…  

quinta-feira, 18 de abril de 2013

First One

Boas tardes meus caros leitores (até parece que são muitos)! Em jeito de apresentação, venho fazer o primeiro post deste meu novo blog, o segundo da minha autoria.

"Que fizeste ao primeiro?", perguntam vocês. Ora, obviamente, apaguei-o. Porquê? Não sei, mas já me arrependi imenso. "Ah e tal, isto é tudo muito bonito, mas vais escrever sobre o quê aqui?", interrogam-me os caríssimos. Bem, sempre escrevi sobre o que me dava na real gana. O que posso prometer é dar-vos, sempre que possível, a minha visão sobre algum acontecimento que me marque pessoalmente, sobre alguns aspetos pessoais - pelo que já devem perceber que vão ficar a conhecer algo da minha vida, já viram que sortudos? - e, talvez, sobre alguns projetos paralelos que apareçam nesta minha "mui" interessante vida. Sim, claro que é extremamente interessante!

Bom, sejam bem-vindos (as) a este meu canto, espero que permaneçam durante algum tempo, que se deixem ficar. Peguem numas bolachinhas e façam um chá, apreciem e critiquem.

Em breve darei notícias, inté!